(por Juliano Terterola, Gabriel Buscher D'Oliveira , Guilherme del Valle da Silva)
Em regra geral, todo o
empreendedor concentra seus esforços em tornar seu negócio mais produtivo e
rentável, mas querer crescer não basta. É necessário planejar a melhor forma de
expandir seus negócios a fim de evitar surpresas desagradáveis no futuro.
É natural que em
determinado momento o nível de produção chegue ao limite. A partir daí é
necessário escolher: ou aumenta-se a produção de um produto e o seu custo médio
unitário de produção diminui tornado seu produto mais competitivo no mercado,
chamada economia de escala, ou promove-se a diversificação de produtos
relacionados às competências fundamentais do negócio aspirando diferenciação no
mercado tradicional - economia de escopo.
Com a adaptação das
empresas ao funcionamento do mercado, constatou-se a possibilidade de aumentar
a eficiência produtiva através da criatividade empresarial, utilizando-se do
mesmo maquinário (ou mesma estrutura) já disponível da fábrica. Chegou-se,
assim, ao conceito estudado pela ciência econômica como sendo a denominada
“economia de escopo”, nosso objeto de estudo, podendo ser aplicado em empresas
de todos os tamanhos e dos mais variados segmentos. Entretanto, nas pequenas
empresas sua ação se torna bem caracterizada e valioso recurso para
sustentabilidade e expansão do empreendimento.
Baseado na
possibilidade de uma mesma fábrica (unidade de produção) desenvolver mais uma
nova linha produtiva (ou de comercialização) aproveitando a mesma estrutura de
maquinários ou de prédios e pontos comerciais já existentes da empresa.
O desafio é agregar
recursos compatíveis com a finalidade do negócio agregando valores que façam da
empresa um diferencial em seu ramo.
Apesar das
características inovadoras de mercado e produção é importante salientar que as
economias de escopo não constituem um novo conceito.
Por exemplo, ainda
no século XIX algumas fábricas alemãs de pigmentos já estavam realizando grandes
investimentos para explorar plenamente as economias de escopo. As plantas
expandidas produziam centenas de pigmentos e alguns fármacos a partir de um
mesmo conjunto de matérias-primas e o mesmo grupo de componentes
intermediários.
Verifica-se assim
que o conceito de economias de escopo
não é novo. Qual é a grande diferença entre a operacionalização do conceito
naqueles tempos e nos dias de hoje? A resposta está na natureza das inovações
tecnológicas. Atualmente, toma-se mais fácil e barato o controle de qualidade
com a crescente automação, assim como a coordenação do fluxo de produção.
Entretanto, a
redução dos tempos de 'set-up' e 'changeover' não se dá apenas pela introdução
de novos equipamentos mais flexíveis, mas também através de técnicas de Troca
Rápida de Ferramentas (TRF).
Essas mudanças para
flexibilizar o sistema produtivo no sentido da produção de lotes menores já
vinham sendo perseguidas desde a década de 50, fatores que compõe um dos
aspectos essenciais do Sistema Toyota de Produção (SHINGO, 1996).
Mas é a produção
flexível, através do corte radical nos custos com novas tecnologias, que
permite produzir com mais variedade e flexibilidade, sem deixar, porém, de
explorar as economias de escala; isto é, permite a exploração de economias de
escopo.
Além disso, as
economias de escopo podem advir quando a restrição da especialização no uso de
bens de capital é removida. Conclui-se que variedade e eficiência não são mais
conceitos antagônicos.
Os custos de
produção conjunta compartilhando-se os inputs são mais baixos do que a soma dos
custos de produção específicos: economias de escala com produções específicas
são menores do que economias de escopo.
Com isto, tem-se a
viabilidade econômica dos sistemas intensivos em informação. As economias de
escala continuam existindo com a produção agregada. Entretanto, se a capacidade
plena não é obtida para um determinado mix de produtos e um dado conjunto de equipamentos,
a lacuna pode ser preenchida por meio da adição de um novo produto ao mix.
Desta forma, se as economias de escopo resultantes forem significativas,
compensarão, pelo menos até certo ponto, os custos adicionais de atividades
relacionadas com, por exemplo, a coleta de informação.
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