quarta-feira, 12 de abril de 2017

Economia de Escopo

(por Juliano Terterola, Gabriel Buscher D'Oliveira , Guilherme del Valle da Silva)


  Em regra geral, todo o empreendedor concentra seus esforços em tornar seu negócio mais produtivo e rentável, mas querer crescer não basta. É necessário planejar a melhor forma de expandir seus negócios a fim de evitar surpresas desagradáveis no futuro.
  É natural que em determinado momento o nível de produção chegue ao limite. A partir daí é necessário escolher: ou aumenta-se a produção de um produto e o seu custo médio unitário de produção diminui tornado seu produto mais competitivo no mercado, chamada economia de escala, ou promove-se a diversificação de produtos relacionados às competências fundamentais do negócio aspirando diferenciação no mercado tradicional - economia de escopo.
  Com a adaptação das empresas ao funcionamento do mercado, constatou-se a possibilidade de aumentar a eficiência produtiva através da criatividade empresarial, utilizando-se do mesmo maquinário (ou mesma estrutura) já disponível da fábrica. Chegou-se, assim, ao conceito estudado pela ciência econômica como sendo a denominada “economia de escopo”, nosso objeto de estudo, podendo ser aplicado em empresas de todos os tamanhos e dos mais variados segmentos. Entretanto, nas pequenas empresas sua ação se torna bem caracterizada e valioso recurso para sustentabilidade e expansão do empreendimento.
  Baseado na possibilidade de uma mesma fábrica (unidade de produção) desenvolver mais uma nova linha produtiva (ou de comercialização) aproveitando a mesma estrutura de maquinários ou de prédios e pontos comerciais já existentes da empresa.
  O desafio é agregar recursos compatíveis com a finalidade do negócio agregando valores que façam da empresa um diferencial em seu ramo.
Apesar das características inovadoras de mercado e produção é importante salientar que as economias de escopo não constituem um novo conceito.
Por exemplo, ainda no século XIX algumas fábricas alemãs de pigmentos já estavam realizando grandes investimentos para explorar plenamente as economias de escopo. As plantas expandidas produziam centenas de pigmentos e alguns fármacos a partir de um mesmo conjunto de matérias-primas e o mesmo grupo de componentes intermediários.
  Verifica-se assim que o conceito de  economias de escopo não é novo. Qual é a grande diferença entre a operacionalização do conceito naqueles tempos e nos dias de hoje? A resposta está na natureza das inovações tecnológicas. Atualmente, toma-se mais fácil e barato o controle de qualidade com a crescente automação, assim como a coordenação do fluxo de produção.
  Entretanto, a redução dos tempos de 'set-up' e 'changeover' não se dá apenas pela introdução de novos equipamentos mais flexíveis, mas também através de técnicas de Troca Rápida de Ferramentas (TRF).
  Essas mudanças para flexibilizar o sistema produtivo no sentido da produção de lotes menores já vinham sendo perseguidas desde a década de 50, fatores que compõe um dos aspectos essenciais do Sistema Toyota de Produção (SHINGO, 1996).
Mas é a produção flexível, através do corte radical nos custos com novas tecnologias, que permite produzir com mais variedade e flexibilidade, sem deixar, porém, de explorar as economias de escala; isto é, permite a exploração de economias de escopo.
 Além disso, as economias de escopo podem advir quando a restrição da especialização no uso de bens de capital é removida. Conclui-se que variedade e eficiência não são mais conceitos antagônicos.
  Os custos de produção conjunta compartilhando-se os inputs são mais baixos do que a soma dos custos de produção específicos: economias de escala com produções específicas são menores do que economias de escopo.


  Com isto, tem-se a viabilidade econômica dos sistemas intensivos em informação. As economias de escala continuam existindo com a produção agregada. Entretanto, se a capacidade plena não é obtida para um determinado mix de produtos e um dado conjunto de equipamentos, a lacuna pode ser preenchida por meio da adição de um novo produto ao mix. Desta forma, se as economias de escopo resultantes forem significativas, compensarão, pelo menos até certo ponto, os custos adicionais de atividades relacionadas com, por exemplo, a coleta de informação. 

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