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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Redes

(por Marcus Marques, Roberta Franco Evers e Alexsandro Brum da Silva)

   O que é uma Rede de Empresas?


   
   O lema “A união faz a força” é concretizado na forma das Redes de Empresas, que apresentam uma solução viável para os pequenos negócios, na busca por competir em mercados cada vez mais globalizados e dominados pelos grandes conglomerados empresariais, aqui denominados de oligopólios (controladores de oferta/preço de venda) ou oligopsônios (ditadores de demanda/preço de compra).
   O conceito surge da experiência chamada “Terceira Itália” desenvolvida nas décadas de 50 e 60, com a criação de Distritos Industriais, que se tornaram modelos de pequenas empresas agrupadas em redes, em uma região afetada econômica e socialmente pelos problemas do período pós-guerra.
   A formação de redes de cooperação entre empresas busca focar esforços para possibilitar a redução dos custos, implantação de novas tecnologias, treinamento e desenvolvimento dos funcionários, inovações administrativas e principalmente a melhoria no atendimento.
   Os objetivos estratégicos para a formação de redes de cooperação são: 

  • Acesso a novos mercados, clientes e representantes; 
  • Ações de marketing;
  • Aprendizagem coletiva com o compartilhamento de informações, habilidades, competências e conhecimentos sobre soluções de problemas; 
  • Aumento do portfólio de produtos e economias de especialização; 
  • Credibilidade organizacional; 
  • Definição de marcas de qualidade;
  • Economias de escala por meio da ação coletiva; 
  • Facilitação do processo de inovação nos produtos, nos métodos de produção e na estrutura organizacional; 
  • Poder de barganha junto a fornecedores, clientes e demais instituições; 
  • Redução dos custos de transação, porquanto o aumento de confiança entre os parceiros reduz a incerteza e o comportamento oportunístico nas interelações.


As redes podem estar constituídas por vários tipos de alianças, que vão desde as mais formais como joint venture, até as mais simples, como a colaboração informal. Em termos de formalização, as redes podem ser estruturas em base contratual, ou ser de base não contratual (as redes de base não contratual são aquelas estabelecidas em função da confiança gerada). Esses distintos tipos de configuração são formatados pelo escopo que a rede pode ter. Isso significa que não há um tipo ideal de rede, mas diferentes tipos de situações podem levar a diferentes acordos e interações das empresas.

Quanto à estrutura de governança, as redes apresentam os seguintes modelos:


  • Modelo de Núcleo, onde uma empresa central (geralmente  uma  grande empresa)  determina  as  principais  diretrizes  da Rede  de  Empresas que  está  ao  seu  redor.
    Esse modelo também é conhecido por Rede Topdown e nele as micros, pequenas e/ou médias empresas tornam-se fornecedoras (ou ainda subfornecedoras) de uma grande empresa, conhecida como “empresa âncora”. Neste modelo, a autonomia de planejamento, estratégia e decisão é reduzida, mas as vantagens de participar de programas de desenvolvimento tecnológico, capacitação para gestão, melhoria de qualidade, e o "status" de ser um fornecedor de uma grande e renomada empresa podem trazer benefícios para as empresas menores.





  • Modelo de Anel sem Núcleo ou Rede Horizontal, neste  caso,  não  há  uma relação  de  dependência  ou  mesmo  a  existência de  uma  empresa núcleo.  As  empresas  simplesmente  unem-se  para defenderem  seus interesses  econômicos  e  políticos  em  uma  simetria de  poder. Geralmente  são  empresas  de  um  mesmo  setor  que  buscam competências complementares ou sinergia em suas ações. 






  • Modelo de Núcleo-Anel, neste modelo, embora exista a forte dependência da empresa âncora, as empresas menores que estão ao seu redor unem-se, articulam-se e estruturam-se por meio de um Empreendimento Coletivo, para obter melhores condições comerciais, ganhos de escala, aumento de produtividade, poder de barganha e negociação, troca de conhecimentos, entre outros. Esse modelo, além das vantagens para as próprias empresas “do anel”, pode proporcionar muitas vantagens para a empresa âncora e, consequentemente, ser por ela incentivado.





   As redes de cooperação entre empresas, quando conduzidas de forma adequada apresentam raras desvantagens, porém as dificuldades acerca da criação, operacionalização e gestão de redes, tornam elevado o número de uniões que se desfazem logo depois de nascer, ou que nunca conseguem atingir os objetivos desejados.
   Levantamentos feitos entre as empresas apontam as seguintes pontos de fragilidade, para insucesso das redes:

  • Gestão profissional;
  • Compras;
  • Cultura de cooperação;
  • Logística;
  • Recursos humanos;
  • Informatização/ Investimento em TIC;
  • Capacitação;
  • Marketing.









Fonte: 

NASCIMENTO, AVELINO e GOMES - Vantagens da Estruturação em Redes para a Gestão de Empresas: Estudo de Caso no Setor de Supermercados 

http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnANPAD/enanpad_2004/ESO/2004_ESO633.pdf, extraído da obra de GOMES-CASSERES, B. Group versus Group: how Alliance Networks Compete. Harvard – Business Review , julho-agosto, p. 62-74, 1994. Acesso em 25 Jun. 2017

REDE DE EMPRESAS http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/serie-empreendimentos-coletivos-rede-de-empresas,3ec19889ce11a410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em 25 Jun. 2017










Arranjo Produtivo Local

(por Roberta Franco Evers, Alexsandro Brum da Silva  e Marcus Marques)

   O que é um Arranjo Produtivo Local?


   
   O termo Arranjo Produtivo Local ou simplesmente APL, que é utilizado no Brasil, vem para substituir o termo em inglês “cluster”, que é mais utilizado internacionalmente. Ambos trazem como conceito o agrupamento de empresas e instituições que pertencem a um mesmo setor ou segmento de mercado, que estão perto geograficamente e tem o intuito de gerar competitividade e força econômica, porém, Luis Carlos Di Serio¹ e Jeovan de Carvalho Figueiredo² afirmam que nos clusters a ligação entre as empresas são mais intensas, há um alto nível de cooperação das empresas privadas que estão no conjunto para que todas se desenvolvam e menor presença do poder público. Já no APL há um maior envolvimento do poder público e de agências de fomento (No Rio Grande do Sul temos como exemplo de agência de fomento o BADESUL, Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul). O que podemos entender com relação a esta diferenciação é que um cluster é voltado mais a questão empresarial em si e o APL tem como foco as políticas públicas, por isso tem maior envolvimento do poder público.
  De acordo com o Grupo RedeSist³ e seus coordenadores, José Eduardo Cassiolato4 e Helena Maria Martins Lastres5, o conceito propriamente dito de APL é:


"Aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais – com foco em um conjunto específico de atividades econômicas – que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas – que podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros – e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos (como escolas técnicas e universidades); pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento."
   Dentre as características dos APLs, podemos citar a intensa divisão de trabalho entre as firmas, a flexibilidade de produção e organização, especialização, mão de obra qualificada, competição entre firmas baseada em inovação, uma estreita colaboração entre as firmas e os demais agentes, intenso fluxo de informações, identidade cultural entre os agentes, relações de confiança entre os agentes, complementaridades e sinergias. Já com relação aos modelos dos agentes que formam os APLs podemos segmentar em: grupos de pequenas empresas ou pequenas empresas nucleadas por uma grande empresa ou associações/instituições de suporte, serviços, ensino e pesquisa de fomento, financeiras, etc. 

   De acordo com Cristina Ribeiro Lemos6, as características dos APLs podem ser classificadas como: 


Fonte: LEMOS, C. (1997).

Fonte secundária: SCHMITT, A. http://sistema.semead.com.br/16semead/resul tado /trabalhosPDF/92.pdf


  APL no Brasil

   Em agosto de 2004 foi criado o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais – GTP APL, cuja atribuição é elaborar e propor diretrizes gerais para a atuação coordenada do poder público no apoio aos APLs. É coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior através da Coordenação-Geral de Arranjos Produtivos Locais que se trata de um órgão do Departamento de Competitividade Industrial do MDIC. Este grupo atua na realização e apoio aos eventos sobre o tema no país, participa dos eventos no país e internacionalmente, realiza oficinas de orientação aos núcleos estaduais, facilita o acesso a informação a estes núcleos estaduais, recebe, consolida e disponibiliza os planos de desenvolvimento, no desenvolvimento de um sistema de captação de informações dos núcleos estaduais sobre os APLs e no desenvolvimento de um sistema de encaminhamento e monitoramento das ações dos planos.
   O site do GTP APL informa que existem 790 arranjos no país. Em 2014, após a conclusão de um levantamento, existiam 667 arranjos, o que nos mostra que há um constante crescimento dos APLs pelo país. Este levantamento possibilitou a geração de relatórios segmentados por setor econômico, por unidade da federação e por instituição atuante na localidade. Abaixo a classificação dos núcleos estaduais de acordo com a quantidade de APLs cadastrados até o momento:



Fonte de Dados: http://portalapl.ibict.br/apls/index.html

APL no Rio Grande do Sul



Fonte de Dados: http://portalapl.ibict.br/apls/index.html

   Podemos citar como exemplo de um APL no Rio Grande do Sul, o chamado Polo de Moda da Serra Gaúcha. Integrado por 24 municípios da região e constituído atualmente por 11 entidades públicas e privadas da Serra Gaúcha e do Estado do rio Grande do Sul, o Polo de Moda visa otimizar a eficácia da infraestrutura técnica, tecnológica, produtiva e de suporte ao setor de moda da região. Sua missão é integrar, promover e desenvolver o setor de moda da Serra Gaúcha. Sua visão é ser instrumento fundamental e permanente de atualização e inovação do setor de moda na Serra Gaúcha. Suas políticas são: buscar, através da sensibilização, o engajamento das empresas do setor, agrupá-las por afinidade, visando o fortalecimento do APL; promover a expansão de mercado nacional e internacional; incorporar o design ao produto do setor; promover o desenvolvimento da gestão empresarial, tecnológica e do conhecimento e viabilizar recursos financeiros para o desenvolvimento de projetos. Seus valores são: respeito e ética nos relacionamentos; comunicação clara e precisa; comprometimento nas parcerias; valorização da identidade cultural; desenvolvimento sustentável e ênfase no mercado.
   O Polo de Moda atua em grupos de trabalho divididos nas áreas de Design, Marketing, Mercado, Projetos e Qualificação e Tecnologia. Estes grupos tem o objetivo de discutir as necessidades e apontar ideias e soluções para desenvolver o setor da moda da região, dentro dos focos de cada grupo. São formados por empresários do setor da moda, estudantes, profissionais da área, pesquisadores, professores, técnicos de órgãos públicos, entre outros.
   Em abril/2017 o APL lançou o primeiro marketplace coletivo de vestuário do Brasil, o Integramoda Marketplace, uma plataforma virtual para que as marcas integrantes do APL possam comercializar seus produtos direto ao consumidor final, on line e de forma simples. O Polo oferecerá treinamentos específicos para cada fabricante de acordo com o seu nível de conhecimento, para que estes possam administrar suas páginas dentro da plataforma. A plataforma está em fase de criação e o projeto foi desenvolvido em parceria com o Governo do Rio Grande do Sul.




¹ Luiz Carlos Di Serio - Graduado em Engenharia Mecânica pela UNESP, Mestre em Engenharia da Produção pela Marquette University/Milwaukee-USA e Doutor em Engenharia da Produção pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. Estudou o impacto da Inovação na Competitividade no Pós-Doutorado pela FGV-EAESP. Seus interesses de pesquisa são a Estratégia e Gestão de Operações, Supply Chain Management, Gestão do Desenvolvimento de Produtos e Serviços, Competitividade e Inovação. Coordenador Adjunto do Fórum de Inovação desde 07/2013. Membro do Comitê Acadêmico ICCB - Instituto Capitalismo Consciente Brasil. Membro do Conselho de Curriculum do Programa MOC/ISC da Harvard.

² Jeovan de Carvalho Figueiredo - Graduação em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Mestre em Engenharia de Produção pela UFSCar e Doutor em Administração de Empresas pela FGV-EAESP. Atuou como professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV-EAESP e da FECAP. Foi Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação e Chefe da Coordenadoria de Relacionamento Universidade/Empresa (CRE-PROPP) da UFMS. Docente credenciado no mestrado profissional em Administração Pública em Rede Nacional (PROFIAP) da UFMS. É membro do Fórum de Inovação da FGV-EAESP, atuando na área de inovação para a sustentabilidade.

³ Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais – É uma rede de pesquisa interdisciplinar, formalizada desde 1997, sediada no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que conta com a participação de várias universidades e institutos de pesquisa no Brasil, além de manter parcerias com outras instituições da América Latina, Europa e Ásia.

4 José Eduardo Cassiolato - Economista pela Universidade de São Paulo, Mestre em Economia pela Universidade de Sussex, DPhil pela Universidade de Sussex, Pós-doutorado pela Université Pierre Mendes-France. Atualmente é professor associado 4 da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Coordenador da RedeSist, Diretor do Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI e Secretário Geral de Globelics - Global Research Network on the Economics of Learning, Innovation and Competence Building Systems. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Industrial, atuando principalmente nos seguintes temas: inovação, tecnologia, sistemas de inovação, competitividade e indústria.


5 Helena Maria Martins Lastres – Economista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Economia da Tecnologia pela Coppe/UFRJ, Doutora em Desenvolvimento e Política de C&T&I pela Universidade de Sussex/Inglaterra e Pós-doutorado em Inovação e Sistemas Produtivos Locais pela Université Pierre Mendès-France/França. Pesquisadora e Professora-Associada ao Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI e ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Economia da UFRJ, onde ajudou a criar e coordenar a Rede de Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais, RedeSist. Foi Assessora do Presidente do BNDES onde chefiou a Secretaria de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos e Desenvolvimento Local; e coordenou o Comitê de Arranjos Produtivos e Desenvolvimento Regional, BNDES (de 2007 a 1016). Pesquisadora Titular do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia da Informação (de 1980 a 2010). Principais áreas de interesse: economia e política de desenvolvimento e de C&T; economia da inovação e do conhecimento; arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais, desenvolvimento regional e territorial.

6 Cristina Ribeiro Lemos: Economista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT), pesquisadora associada à RedeSist, do Grupo de Inovação do Instituto de Economia da UFRJ.







Fontes:

AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE JUNDIAÍ E REGIÃO. Clusters. Disponível em: http://www.adej.org.br/clusters.asp. Acessado em: 18 Jun. 2017.
REDE DE PESQUISA EM SISTEMAS E ARRANJOS PRODUTIVOS E INOVATIVOS LOCAIS. Disponível em: http://www.redesist.ie.ufrj.br/. Acessado em: 21 Jun. 2017.
OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS. Disponível em: http://portalapl.ibict.br/index.html. Acessado em: 21 Jun. 2017.
MASCENAI, K. M. C. DE; FIGUEIREDO, F. C.; BOAVENTURA, J. M. G.. Clusters e APL's: análise bibliométrica das publicações nacionais no período de 2000 a 2011. Disponível em: http://www.fgv.br/rae/artigos/revista-rae-vol-53-num-5-ano-2013-nid-47381/. Acessado em: 21 Jun. 2017.
LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E. Políticas para a promoção de arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas: conceito vantagens e restrições do e equivoco usuais. Grupo Redesist, 2003. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/redesist/Artigos/LasCas%20seminario%20pol%EDtica%20Sebrae.pdf. Acessado em: 21 Jun. 2017.
CASSIOLATO, J. E; LASTRES, H. M. M. O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas. Grupo Redesist, 2003. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/redesist/P3/NTF2/Cassiolato%20e%20Lastres.pdf. Acessado em: 21 Jun. 2017.
ASSOCIAÇÃO PÓLO DE MODA DA SERRA GAÚCHA. Disponível em: http://polodemoda.com.br/index.php. Acessado em: 22 Jun. 2017.
COLETIVA.NET. Plataforma e-commerce de Caxias do Sul reúne lojas virtuais. Redação Coletiva. Disponível em: http://coletiva.net/panorama/2017/04/plataforma-e-commerce-de-caxias-do-sul-reune-lojas-virtuais/. Acessado em: 24 Jun. 2017.
INSTITUTO DE ESTUDOS E MARKETING INDUSTRIAL. Primeiro Marketplace Coletivo de Vestuário do Polo de Moda da Serra Gaúcha. IEMI, 2017. Disponível em: http://www.iemi.com.br/primeiro-marketplace-coletivo-de-vestuario-do-polo-de-moda-da-serra-gaucha/. Acessado em: 24 Jun. 2017.
SCHMITT, A. O ARRANJO PRODUTIVO LEITEIRO INSERIDO NO ARRANJO PRODUTIVO ALIMENTÍCIO DA REGIÃO DO VALE DO TAQUARI – RS. Disponível em: http://sistema.semead.com.br/16semead/resultado/trabalhosPDF/92.pdf. Acessado em: 24 Jun. 2017.
CASSIOLATO, J. E.; SZAPIRO, M.; Uma caracterização de arranjos produtivos locais de micro e pequenas empresas (Publicado em Lastres, H.M.M; Cassiolato, J.E.e Maciel, M.L. (orgs) Pequena empresa: cooperação e desenvolvimento local (Relume Dumará Editora, Rio de Janeiro, 2003). Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/redesist/P3/NTF2/Cassiolato%20e%20Szapiro.pdf. Acessado em 24 Jun. 2017.
LEMOS, C. “Notas preliminares do Projeto Arranjos Locais e Capacidade Inovativa em Contexto Crescentemente Globalizado”. IE/UFRJ, Rio de Janeiro, mimeo, 1997.
FIGUEIREDO, J. C; DI SERIO, L. C. Estratégia em clusters empresariais: conceitos e impacto na competitividade. In: DI SERIO, L. C. (Org). Clusters empresariais no Brasil: casos selecionados. São Paulo: Saraiva, 2007.   
   





Cluster

(por Alexsandro Brum da Silva, Roberta Franco Evers e Marcus Marques)

   O que é um Cluster?


   
   Cluster é uma palavra oriunda da língua inglesa, que em português pode ser interpretada como "um grupo de atividades ou coisas semelhantes e que se desenvolvem em conjunto", visto que a mesma não possui nenhuma correspondente precisa em nossa língua. Nas ciências econômicas,para  alguns autores, não é fácil a missão de definir exatamente o seu significado.

  Segundo Michael Porter,  o cluster é um conjunto de empresas e instituições relacionadas, pertencentes ao mesmo setor ou segmento de mercado, que estão perto geograficamente e trabalham juntas para serem mais competitivas.





    Em outras palavras, o cluster de negócios equivale a um grupo de empresas com uma mesma atividade e estratégias em comum, ligadas para prover e servir umas às outras, organizando-se em redes verticais ou horizontais com a finalidade de alçar seus níveis de produtividade, competitividade e rentabilidade.  As redes horizontais em sua maioria são criadas com acordos de longo prazo entre empresas de um mesmo setor, originando uma aliança estratégica. Já as redes verticais envolvem diferentes entidades da cadeia de fornecimento (fornecedor, fabricante, distribuidor, etc).



E quais as vantagens de um cluster ?   

A figura abaixo traz as principais vantagens para as empresas ao adotarem essa forma de organização:






Mundo a fora ?   

Existem grandes clusters espalhados pelo mundo e dentre grandes casos de sucesso, podemos citar:


Estados Unidos:

Na Califórnia, na região conhecida como Vale do Silício encontra-se o maior cluster tecnológico do mundo. Nele nasceram várias empresas de tecnologia e muitas estão presentes até hoje. Das empresas que ainda possuem suas sedes lá,  podemos citar Apple, Facebook, Google, Intel, HP, Netflix, entre outras.   
Ainda nos Estados Unidos, Hollywood pode ser utilizada também como exemplo bem conhecido de cluster, sendo este  a  base da indústria cinematográfica mundial.

Espanha:

O BioRegió é um cluster de tecnologias ligadas a àrea da medicina , assim como da biociência, instalado na Catalunha.  O mesmo é composto pela integração de hospitais (15), universidades (12) e empresas (481) atuantes em variados segmentos da indústria biocientífica (nanomedicina, farmácia e agroindustria).

Alemanha:

No sudoeste da Alemanha está instalado o cluster de   Baden-Württemberg. Integrado por 620 companhias, suas atividades predominantes estão ligadas aos mercado de eletroeletrônicos,  ferramentas e máquinas, contemplando também a indústria automotiva e de energia. Além disso, conta com parceiros como institutos de pesquisa e universidades focadas em inovação e criação. Grandes indústrias mundiais (Michelin e Bosch por exemplo) e  sucursais estrangeiras (IBM e SEL por exemplo) também compõe este cluster.

Itália:

O Clube Mecatrônico italiano é composto por  300 empresas, que desenvolvem maquinário e ferramentas para os mais diversos setores: agropecuário, automotivo, doméstico, industrial, robótico e aplicações domésticas, e etc..

Brasil:

No Brasil, até meados de 2005 a ideia de cluster ainda estava sendo absorvida pelo mercado local. Em uma entrevista concedida a revista exame em 2004 (Estratégias para o Brasil), Michael Porter afirma que : "Para ser produtiva, a empresa precisa de um cluster. Precisa de fornecedores que possam trabalhar com ela todos os dias, precisa de prestadores de serviço, de escolas que treinem pessoas para seu negócio. Não dá para fazer tudo simplesmente importando os produtos de que necessita. É preciso uma massa crítica que forme um cluster. Hoje, há clusters no Brasil, os calçados são um excelente exemplo. Muitas pessoas no Brasil falam sobre a indústria aeroespacial por causa da Embraer. Não a considero um cluster, mas sim uma companhia. Talvez haja um pequeno cluster surgindo a seu redor. Há alguns clusters no agronegócio bastante competitivos e produtivos. Mas acho razoável dizer que o conceito de cluster, de empresas que veem a si próprias como parte de clusters e trabalham de forma proativa para aumentar sua eficiência, é algo que ainda não se firmou no Brasil. E vai ter de se firmar, porque sabemos, pelo exemplo das economias realmente avançadas, que os clusters são o ponto de onde vêm a inovação e os rápidos níveis de aumento da produtividade".

No Brasil, o cluster também é conhecido como Arranjo Produtivo Local (APL), porém existem algumas diferenças em suas reais definições, as quais que serão abordadas no próximo tópico. Dentre os clusters do Brasil podemos citar, por exemplo,  o de Tecnologia da Informação em Recife e Londrina (este com participação do IFPR), o  de empresas que atuam no setor de saúde em Belo Horizonte, e o de Ribeirão Preto que atua com equipamentos hospitalares e odontológicos. 



Abaixo, segue um vídeo com mais algumas definições e abordagens sobre o assunto.






Fontes:

BASTOS, ERCILIA. O que são Clusters? . Disponível em : https://www.portal-gestao.com/artigos/7688-o-que-s%C3%A3o-clusters.html Acesso em:  17 Jun. 2017
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÂO SOCIAL DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIA e COMERCIO EXTERIOR. Exemplos de clusters bem-sucedidos no Brasil e na Europa são apresentados em workshop. Disponível em http://redeaplmineral.org.br/noticias/exemplos-de-clusters-bem-sucedidos-no-brasil-e-na-europa-sao-apresentados-em-workshop Acesso em:  17 Jun. 2017
WIKIPEDIA. VAle do Silício. Disponível em : https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_do_Silício Acesso em:  17 Jun. 2017
KLUESENER, CHRIS. Silicon Valley: Risk is the reward Disponível em https://openinnovationcentral.com/2014/08/30/silicon-valley-risk-is-the-reward Acesso em:  17 Jun. 2017
IMPULSOS REGIOS. Sabes qué es un Clúster Empresarial? Disponível em https://impulsoregio.wordpress.com/tag/clusters/ Acesso em:  17 Jun. 2017

domingo, 25 de junho de 2017

Economia em Escala e Aglomerações Produtivas

(por Alexsandro Brum da silva, Roberta Franco Evers e Marcus Marques)

    Nas postagens iniciais de nosso blog um dos temas abordado foi a economia em escala. No post foi visto que a mesma ocorre “quando através da organização do processo produtivo, buscando o máximo aproveitamento dos recursos envolvidos, consegue-se reduzir os custos de produção e incrementar os bens produzidos. Em outras palavras, fazer mais com menos.”.
   A economia em escala pode ser dividida em economia real, quando produzimos mais com a mesma quantidade de insumos, e economia pecuniária, quando o preço pago pelos insumos diminui na medida em que aumentamos a quantidade comprada. E esse é justamente nosso foco.
   Digamos que eu tenha uma empresa com um enorme espaço físico de armazenamento, e com uma constante circulação de mercadorias.   Nesse caso, seria fácil entrar em contato com o fornecedor e negociar uma quantidade maior de insumos, barganhando assim o preço a ser pago pelo mesmo.
     Mas, e se não houvesse essa disponibilidade de espaço físico para o estoque? E se minha empresa almejasse o crescimento, mas ainda não possuísse capacidade de efetuar uma compra tão grande sem assumir os riscos de uma mercadoria encalhada ao final do período?


     Talvez haja uma solução.  Talvez se minha empresa, em conjunto com outras empresas do ramo se unisse pra fazer essa compra, dividindo assim o estoque comprado. E melhor ainda se essas empresas pertencerem mesma região tendo uma proximidade física, facilitando a comunicação. Trabalharíamos juntas para o crescimento de todos



   Essa perspectiva de crescimento em conjunto fomentou a criação das aglomerações produtivas.
    As aglomerações produtivas podem ser definidas em linguagem coloquial como "aglomerações geográficas de atividades econômicas, cujas empresas operam em mesmos setores ou em setores relacionados".
  Nos próximos tópicos estaremos abordando alguns modelos dessas aglomerações.


Fonte:
TEIXEIRA, SILVANA. Aglomerações produtivas: o que são e como funcionam? . Disponível em: https://www.cpt.com.br/cursos-gestaoempresarial/artigos/aglomeracoes-produtivas-o-que-sao-e-como-funcionam Acessado em: 24 Jun. 2017