quarta-feira, 12 de abril de 2017

Economia de escala e o empreendedorismo

(por Juliano Terterola, Gabriel Buscher D'Oliveira , Guilherme del Valle da Silva)

  
 Um empreendedor que já tem um modelo de negócio implantado, com um produto consolidado e presença assegurada no mercado, provavelmente já se perguntou o que poderia fazer para crescer, tornar-se mais rentável, expandir operações. Considerar implementar processos que reduzem seus custos e aumentam a lucratividade, a economia de escala.
  O fazer mais com menos, determinante para o sucesso, que significa organizar o processo produtivo para reduzir custos não apenas na hora de produzir, mas também nas atividades internas da sua empresa, procurando incrementar bens e serviços.
  Assim, podemos entender que a economia de escala está relacionada ao processo de aumento de atividade ou produção, sem que isso implique um aumento proporcional no custo de atividade ou produção, como explicamos em outra postagem.
  Mas quando interpretar qual o momento de mudar?
  Como exemplo, com a realização de grandes eventos como Copa e Olimpíadas no Brasil, você percebe que o mercado de identificação digital ofereceria ótimas oportunidades. Então, começou-se a produzir aparelhos para controle de acesso via biometria, para aumentar a vasão de acesso aos eventos.
  Suponha agora que o custo de produção de cem aparelhos seja de R$ 20 mil, e que produzir mil aparelhos custe R$ 100 mil (uma vez que, ao aumentar a quantidade de matéria prima adquirida, o custo é reduzido, Ceteris paribus). No primeiro caso, o custo unitário de produção é de R$ 200 por aparelho, enquanto no segundo caso é de apenas R$ 100. Se você vender cada aparelho por R$ 300, correrá o risco de sofrer prejuízo no primeiro cenário; mas é muito provável que obtenha lucro no segundo.
  Outro exemplo ilustrativo, também do setor de tecnologia, é o desenvolvimento de um software. Desenvolvê-lo geralmente exige um investimento de muito tempo e milhares e milhares de reais. Mas, uma vez pronto, os custos de replicação e distribuição são muito baixos, já que os compradores podem simplesmente realizar o download do programa.

  O PAPEL DO EMPREENDEDOR

  O controle sobre a operação de um negócio escalável não é nada simples. Quanto mais você cresce, mais deve garantir que há pessoas efetivas tocando o processo e se distanciar dos detalhes para ganhar uma visão do todo. 
  Assim, vai ter que gerir pessoas, criar cultura, lidar com clientes. A pergunta é: está disposto a perder a visão da borda e da margem?
  Seu papel como empreendedor é ter o máximo de controle, mas perder o controle muitas vezes faz parte de ter um negocio grande.
  Sem dúvida refletir sobre o perfil da empresa, e analisar se ela realmente se encaixa no conceito de economia de escala é essencial. Se os custos obrigatoriamente crescem na mesma proporção que suas atividades, mas ter um negócio escalável é a prioridade, pode ser que seja necessário rever o modelo de negócio.
  A boa notícia é que há, no mercado atual, algumas soluções oportunas para que os pequenos empresários também consigam usufruir dos benefícios proporcionados pela economia de escala.
  Uma delas é a rede de compras coletivas, formada por pequenas empresas que se juntam para adquirir matérias-primas coletivamente, aumentando assim seu poder de barganha. Como o volume de produtos adquiridos é maior, os fornecedores diminuem o preço final dos produtos vendidos.
  O fato é que você tem que quebrar a cabeça para conseguir tornar seu negócio escalável, pois isso que poderá garantir seu crescimento. Uma estratégia válida também pode ser estabelecer alianças com outras empresas - seja na compra de suprimentos ou na distribuição dos bens.
  Outra pergunta é se meu negócio não implica produção, o princípio de economia de escala serve pra mim?
  Sem dúvida! Porque o conceito também envolve outras duas questões, geralmente chamadas de economia tecnológica e economia pecuniária. E estas, sim, podem ser muito interessantes para sua empresa no sentido de se reduzir custos e aumentar a produtividade.
  A economia tecnológica consiste em três fatores: melhorar o uso de máquinas e equipamentos, aprimorar o rendimento por unidade de trabalho e aumentar a produtividade de cada colaborador de uma empresa. Para isso, deve-se olhar atentamente para as atividades internas: elas estão bem divididas entre as áreas? Considere novas formas de redistribuir tarefas; assim, você poderá evitar retrabalho, ociosidade e sobreposição.
  Ao realizar esta análise, o gestor pode identificar que há mais funcionários do que o necessário para executar uma tarefa – o que pode representar um alto custo; ou, ainda, identificar que se perde muito tempo para realizar algo que teoricamente seria simples.
  Ferramentas de gestão e implementação de melhorias como o Poka Yoke podem ser usadas, por exemplo.
  Já a economia pecuniária se dá quando sua empresa reduz custos de aquisição e transporte de matérias-primas e insumos. Como exemplo, imagine a aquisição de artigos de papelaria: maços de papel, grampeadores, canetas, borrachas, etc. Aumentando a quantidade comprada e diminuindo a frequência das aquisições, você certamente reduzirá os custos.
  Enfim, são algumas possibilidades que o princípio de economia de escala oferece às empresa, principalmente para reduzir seus custos e aumentar suas margens.  Refletir sobre escalabilidade da empresa é o caminho para que ela gere mais impacto e corra atrás de fazer mais com menos!

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