(por Juliano Terterola, Gabriel Buscher D'Oliveira , Guilherme del Valle da Silva)
Um empreendedor
que já tem um modelo de negócio implantado, com um produto consolidado e
presença assegurada no mercado, provavelmente já se perguntou o que
poderia fazer para crescer, tornar-se mais rentável, expandir operações.
Considerar implementar processos que reduzem seus custos e aumentam a
lucratividade, a economia de escala.
O fazer mais com
menos, determinante para o sucesso, que significa organizar o processo
produtivo para reduzir custos não apenas na hora de produzir, mas também
nas atividades internas da sua empresa, procurando incrementar bens e serviços.
Assim, podemos
entender que a economia de escala está relacionada ao processo de aumento de
atividade ou produção, sem que isso implique um aumento proporcional no custo
de atividade ou produção, como explicamos em outra postagem.
Mas quando
interpretar qual o momento de mudar?
Como exemplo,
com a realização de grandes eventos como Copa e Olimpíadas no Brasil, você
percebe que o mercado de identificação digital ofereceria ótimas oportunidades.
Então, começou-se a produzir aparelhos para controle de acesso via biometria,
para aumentar a vasão de acesso aos eventos.
Suponha agora
que o custo de produção de cem aparelhos seja de R$ 20 mil, e que produzir mil
aparelhos custe R$ 100 mil (uma vez que, ao aumentar a quantidade de matéria
prima adquirida, o custo é reduzido, Ceteris paribus). No primeiro caso, o
custo unitário de produção é de R$ 200 por aparelho, enquanto no segundo caso é
de apenas R$ 100. Se você vender cada aparelho por R$ 300, correrá o risco de
sofrer prejuízo no primeiro cenário; mas é muito provável que obtenha lucro no
segundo.
Outro exemplo
ilustrativo, também do setor de tecnologia, é o desenvolvimento de um software.
Desenvolvê-lo geralmente exige um investimento de muito tempo e milhares e
milhares de reais. Mas, uma vez pronto, os custos de replicação e distribuição
são muito baixos, já que os compradores podem simplesmente realizar
o download do programa.
O PAPEL DO EMPREENDEDOR
O controle sobre
a operação de um negócio escalável não é nada simples. Quanto mais você cresce,
mais deve garantir que há pessoas efetivas tocando o processo e se distanciar
dos detalhes para ganhar uma visão do todo.
Assim, vai ter
que gerir pessoas, criar cultura, lidar com clientes. A pergunta é: está
disposto a perder a visão da borda e da margem?
Seu papel como
empreendedor é ter o máximo de controle, mas perder o controle muitas vezes faz
parte de ter um negocio grande.
Sem dúvida
refletir sobre o perfil da empresa, e analisar se ela realmente se encaixa no
conceito de economia de escala é essencial. Se os custos obrigatoriamente
crescem na mesma proporção que suas atividades, mas ter um negócio escalável é
a prioridade, pode ser que seja necessário rever o modelo de negócio.
A boa notícia é
que há, no mercado atual, algumas soluções oportunas para que os
pequenos empresários também consigam usufruir dos benefícios proporcionados
pela economia de escala.
Uma delas é
a rede de compras coletivas, formada por pequenas empresas que se
juntam para adquirir matérias-primas coletivamente, aumentando assim seu poder
de barganha. Como o volume de produtos adquiridos é maior, os fornecedores
diminuem o preço final dos produtos vendidos.
O fato é que
você tem que quebrar a cabeça para conseguir tornar seu negócio escalável,
pois isso que poderá garantir seu crescimento. Uma estratégia
válida também pode ser estabelecer alianças com outras
empresas - seja na compra de suprimentos ou na distribuição dos bens.
Outra pergunta é
se meu negócio não implica produção, o princípio de economia de escala
serve pra mim?
Sem dúvida!
Porque o conceito também envolve outras duas questões, geralmente chamadas de
economia tecnológica e economia pecuniária. E estas, sim, podem ser muito
interessantes para sua empresa no sentido de se reduzir custos e aumentar a
produtividade.
A economia
tecnológica consiste em três fatores: melhorar o uso de máquinas e
equipamentos, aprimorar o rendimento por unidade de trabalho e aumentar a
produtividade de cada colaborador de uma empresa. Para isso, deve-se olhar
atentamente para as atividades internas: elas estão bem divididas entre as
áreas? Considere novas formas de redistribuir tarefas; assim, você poderá evitar
retrabalho, ociosidade e sobreposição.
Ao realizar esta
análise, o gestor pode identificar que há mais funcionários do que o necessário
para executar uma tarefa – o que pode representar um alto custo; ou, ainda,
identificar que se perde muito tempo para realizar algo que teoricamente seria
simples.
Ferramentas de
gestão e implementação de melhorias como o Poka Yoke podem ser usadas, por
exemplo.
Já
a economia pecuniária se dá quando sua empresa reduz custos de
aquisição e transporte de matérias-primas e insumos. Como exemplo, imagine a
aquisição de artigos de papelaria: maços de papel, grampeadores, canetas,
borrachas, etc. Aumentando a quantidade comprada e diminuindo a frequência das
aquisições, você certamente reduzirá os custos.
Enfim, são algumas possibilidades que o
princípio de economia de escala oferece às empresa, principalmente
para reduzir seus custos e aumentar suas margens. Refletir sobre escalabilidade da empresa é o
caminho para que ela gere mais impacto e corra atrás de fazer mais com menos!
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