segunda-feira, 26 de junho de 2017

Redes

(por Marcus Marques, Roberta Franco Evers e Alexsandro Brum da Silva)

   O que é uma Rede de Empresas?


   
   O lema “A união faz a força” é concretizado na forma das Redes de Empresas, que apresentam uma solução viável para os pequenos negócios, na busca por competir em mercados cada vez mais globalizados e dominados pelos grandes conglomerados empresariais, aqui denominados de oligopólios (controladores de oferta/preço de venda) ou oligopsônios (ditadores de demanda/preço de compra).
   O conceito surge da experiência chamada “Terceira Itália” desenvolvida nas décadas de 50 e 60, com a criação de Distritos Industriais, que se tornaram modelos de pequenas empresas agrupadas em redes, em uma região afetada econômica e socialmente pelos problemas do período pós-guerra.
   A formação de redes de cooperação entre empresas busca focar esforços para possibilitar a redução dos custos, implantação de novas tecnologias, treinamento e desenvolvimento dos funcionários, inovações administrativas e principalmente a melhoria no atendimento.
   Os objetivos estratégicos para a formação de redes de cooperação são: 

  • Acesso a novos mercados, clientes e representantes; 
  • Ações de marketing;
  • Aprendizagem coletiva com o compartilhamento de informações, habilidades, competências e conhecimentos sobre soluções de problemas; 
  • Aumento do portfólio de produtos e economias de especialização; 
  • Credibilidade organizacional; 
  • Definição de marcas de qualidade;
  • Economias de escala por meio da ação coletiva; 
  • Facilitação do processo de inovação nos produtos, nos métodos de produção e na estrutura organizacional; 
  • Poder de barganha junto a fornecedores, clientes e demais instituições; 
  • Redução dos custos de transação, porquanto o aumento de confiança entre os parceiros reduz a incerteza e o comportamento oportunístico nas interelações.


As redes podem estar constituídas por vários tipos de alianças, que vão desde as mais formais como joint venture, até as mais simples, como a colaboração informal. Em termos de formalização, as redes podem ser estruturas em base contratual, ou ser de base não contratual (as redes de base não contratual são aquelas estabelecidas em função da confiança gerada). Esses distintos tipos de configuração são formatados pelo escopo que a rede pode ter. Isso significa que não há um tipo ideal de rede, mas diferentes tipos de situações podem levar a diferentes acordos e interações das empresas.

Quanto à estrutura de governança, as redes apresentam os seguintes modelos:


  • Modelo de Núcleo, onde uma empresa central (geralmente  uma  grande empresa)  determina  as  principais  diretrizes  da Rede  de  Empresas que  está  ao  seu  redor.
    Esse modelo também é conhecido por Rede Topdown e nele as micros, pequenas e/ou médias empresas tornam-se fornecedoras (ou ainda subfornecedoras) de uma grande empresa, conhecida como “empresa âncora”. Neste modelo, a autonomia de planejamento, estratégia e decisão é reduzida, mas as vantagens de participar de programas de desenvolvimento tecnológico, capacitação para gestão, melhoria de qualidade, e o "status" de ser um fornecedor de uma grande e renomada empresa podem trazer benefícios para as empresas menores.





  • Modelo de Anel sem Núcleo ou Rede Horizontal, neste  caso,  não  há  uma relação  de  dependência  ou  mesmo  a  existência de  uma  empresa núcleo.  As  empresas  simplesmente  unem-se  para defenderem  seus interesses  econômicos  e  políticos  em  uma  simetria de  poder. Geralmente  são  empresas  de  um  mesmo  setor  que  buscam competências complementares ou sinergia em suas ações. 






  • Modelo de Núcleo-Anel, neste modelo, embora exista a forte dependência da empresa âncora, as empresas menores que estão ao seu redor unem-se, articulam-se e estruturam-se por meio de um Empreendimento Coletivo, para obter melhores condições comerciais, ganhos de escala, aumento de produtividade, poder de barganha e negociação, troca de conhecimentos, entre outros. Esse modelo, além das vantagens para as próprias empresas “do anel”, pode proporcionar muitas vantagens para a empresa âncora e, consequentemente, ser por ela incentivado.





   As redes de cooperação entre empresas, quando conduzidas de forma adequada apresentam raras desvantagens, porém as dificuldades acerca da criação, operacionalização e gestão de redes, tornam elevado o número de uniões que se desfazem logo depois de nascer, ou que nunca conseguem atingir os objetivos desejados.
   Levantamentos feitos entre as empresas apontam as seguintes pontos de fragilidade, para insucesso das redes:

  • Gestão profissional;
  • Compras;
  • Cultura de cooperação;
  • Logística;
  • Recursos humanos;
  • Informatização/ Investimento em TIC;
  • Capacitação;
  • Marketing.









Fonte: 

NASCIMENTO, AVELINO e GOMES - Vantagens da Estruturação em Redes para a Gestão de Empresas: Estudo de Caso no Setor de Supermercados 

http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnANPAD/enanpad_2004/ESO/2004_ESO633.pdf, extraído da obra de GOMES-CASSERES, B. Group versus Group: how Alliance Networks Compete. Harvard – Business Review , julho-agosto, p. 62-74, 1994. Acesso em 25 Jun. 2017

REDE DE EMPRESAS http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/serie-empreendimentos-coletivos-rede-de-empresas,3ec19889ce11a410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em 25 Jun. 2017










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