quinta-feira, 6 de julho de 2017

Internacionalização e aspectos da microeconomia

(por Juliano Terterola, Gabriel Buscher D'Oliveira , Guilherme del Valle da Silva)

  
  O atual mercado globalizado é extremamente competitivo. A grande perda de espaço sofrida por empresas diante da atual conjuntura, a competição deixa de ser local e passa a ser global, onde empresas de outros países e continentes competem por mercados fora de seus países de origem, expandindo suas operações tanto organicamente como também através de fusões, aquisições e outras formas possíveis de entrada no mercado, como joint-ventures e licenciamento.
   Em missão no solo Argentino, juntamente com os alunos do curso de Processos Gerenciais do Campus Porto Alegre, Viamão e Restinga, posso fazer um relato com base naquilo que ouvi ou foi absorvido como aprendizagem em contato com empresas na Argentina, com base na experiência de internacionalização e análises micro-econômicas. 
   Para contextualizar, a Argentina, na maioria das vezes, é o primeiro passo para empresas brasileiras que desejam se internacionalizar. Seja por semelhanças étnicas, culturais, geográficas, ou pela relação bilateral favorável devido ao Mercosul, a Argentina é convidativa para todas as empresas. Com aspecto Cosmopolitano de consumo, entretanto com uma política cambial não muito estável, pode ser o paraíso e o inferno de qualquer investidor. 
   O crescente interesse das empresas brasileiras no mercado argentino tem despertado a atenção com relação às implicações e das razões que estariam por trás desse fenômeno. Os dados recentes mostram uma tendência acentuada de elevação dos fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) do Brasil na direção do país vizinho, seja via novas instalações produtivas seja por meio de recursos destinados a fusões e aquisições de companhias locais.
   Com essa preocupação, pretendo descrever algumas informações sobre a dinâmica de internacionalização na Argentina e discutir algumas das suas características, mostrando a evolução recente desses investimentos, principalmente nas duas economias. Várias razões, atreladas, sobretudo, às condições históricas colocadas para as empresas de ambos os países ao longo dos anos de 1990 explicam a persistência das posições opostas assumidas por Brasil e Argentina no cenário dos fluxos regionais desses capitais. Tais investimentos, ainda que pouco expressivos quando comparados aos dos anos anteriores, acompanharam, em certa medida, o crescimento dos fluxos globais de saída de IED e foram impulsionados pelo acirramento da concorrência no mercado doméstico e por características do funcionamento da política e também a economia brasileira. 
   Em paralelo, a formação do Mercado Comum do Sul (Mercosul) em 1991 representou um incentivo adicional para a orientação das empresas brasileiras para o exterior, principalmente na direção dos países da América Latina, seja via associação com as empresas locais, seja via aquisição, total ou parcial, de instalações produtivas existentes. Para as empresas brasileiras, a internacionalização funcionou como uma estratégia, ainda que sem grandes diretrizes, de sobrevivência nos mercados interno e externo, inserida num processo ainda mais amplo de reestruturação de toda a indústria brasileira frente aos desafios impostos pelos profundos ajustes macroeconômicos em andamento no país.
   Nos últimos anos, a recuperação da atividade econômica somada aos impactos favoráveis da relação cambial sobre as exportações trouxeram novos estímulos para os investimentos no país. No entanto, esse novo “ciclo” de entrada de capitais internacionais foi marcado pelo surgimento de novos atores e pela perda de importância relativa de alguns investidores de destaque na década anterior, como a Espanha e os Estados Unidos. Num movimento contrário, os investimentos realizados pelas empresas brasileiras na Argentina colocaram o Brasil como o principal investidor externo no país vizinho.
   Na empresa de Consultoria Financeira de Mercados Reais, a Abeceb que é líder no seu segmento na Argentina e que trabalha tão somente com empresas de faturamento maior do que 50 milhões ao ano, e pode-se observar que sua especialidade em transpor barreiras a entrada e saídas de mercado. Com estrutura de mercado e curva de aprendizagem, auxiliam empresas a internacionalizar ou somente consolidar mercado.
   Visitamos também a Artecola, um grupo de empresas reconhecido em soluções diferenciadas, com crescimento sustentável. Um grande exemplo de como atrelar economias de escala, a necessidade de diversificar para consolidar mercado através da economia de escopo. Também presente em diversos países da América Latina. Outro aspecto importante na Artecola é o processo de aquisição de empresas parceiras e outras concorrentes, uma forma de integração vertical, e de monopolizar mercado.
   O Grupo Brasil abriu as portas para nossa recepção de uma maneira muito cordial. Sobre a iniciativa pioneira de um grande número de empresas brasileiras que decidiu estender as suas atividades para além das fronteiras. Foi a primeira instituição brasileira sem fins lucrativas a agrupar as companhias dos sócios do Mercosul fora de seu território. Um Cluster de empresas brasileiras com propósitos de se consolidar em mercado argentino.
   Com o mesmo propósito da Artecola em questões micro econômicas, entretanto globalizada, a Arcor que é uma empresa de alimentos e a maior produtora de balas duras do mundo. Com escritórios comerciais espalhados pela América, Europa e Ásia, a Arcor é o grupo argentino com a maior quantidade de mercados abertos no mundo, chegando com seus produtos a mais de 120 países.
   Após este panorama, destaco um aspecto que me chama a atenção. Na Argentina, em que pude ver nas empresas, a concorrência atrelada ao protecionismo é o principal vetor de inovação, e é algo muito incentivado pelo governo por meio de Truste ou Oligopólios. Pode parecer contraditório, mas as empresas são incentivadas a desenvolver novas tecnologias devido ao protecionismo. Ao sair da zona de conforto pela intervenção estatal de abertura de mercado obriga as empresas a desenvolver, moldar e a crescer. Assim citando o texto produzido por colegas, “O sistema Schumpeteriano evoluiu envolvendo transformações econômicas, políticas, sociais e culturais, o que resulta na mudança do ambiente. Os autores neo-schumpeterianos defendem que a concorrência não somente gera comportamentos adaptativos como também gera atitudes ou iniciativas inovadoras.”

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